Subsídio para a lição 12 - A consagração dos Sacerdotes
Palavras chave: consagração, santificação e reconciliação
A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES E DO ALTAR
A consagração é um ato pelo qual pessoas ou
objetos são separados e dedicados ao serviço e ao culto de Deus. O SENHOR deu
instruções minuciosas sobre a maneira como os sacerdotes e o tabernáculo
deveriam ser consagrados.
O SENHOR ordenou que a consagração de tudo
fosse feita por Moisés. Também a consagração do crente não é feita por ele
próprio, nem por outro homem seja ele quem for: é algo que Deus faz por ele, em
conseqüência da obra completada por Cristo.
Qualquer "consagração" feita por homens,
às vezes incluindo imposição de mãos e outros rituais, é apenas humana. A
imposição de mãos na igreja primitiva (1 Timóteo 4:14, 2 Timóteo 1:6) indicava
apenas solidariedade no trabalho de um irmão (1 Timóteo 5:22), não a sua
consagração como servo de Deus, nem a transmissão de qualquer dom especial da
parte de Deus.
Antes de consagrar Arão e seus filhos, Moisés
deveria providenciar os animais e outras coisas necessárias para o ato. Deus já
providenciou tudo para a nossa consagração, como veremos.
Em seguida, o cerimonial consistia no
seguinte:
- Trazer
Arão e seus filhos à porta do
tabernáculo, onde Moisés tinha que lavá-los todos com água. Eles eram
"batizados", pois o
corpo todo era imerso na água. A lavagem cerimonial com água é típica da
regeneração espiritual, a justificação por graça pelo Espírito Santo
mediante Jesus Cristo, nosso Salvador (João 3:5, Tito 3:5-7), que é
simbolizada pelo nosso batismo.
- Vestir
os sacerdotes com as vestes feitas conforme as instruções detalhadas
que o SENHOR lhe havia dado. Consagração não é prometer usar o que somos e
o que temos no serviço de Deus, mas sim pôr de lado o que somos e o que
temos neste mundo (as velhas roupas) e virmos a Ele despidos de tudo, com
as mãos vazias, reconhecendo nossa fraqueza e incapacidade, para que Ele
nos vista com um novo caráter e nos habilite a fazer as Suas boas obras
(as novas vestes sacerdotais).
- Ungir
Arão e seus filhos com o óleo da
unção. Era um óleo muito perfumado, que deveria ser feito exatamente
conforme uma receita que o SENHOR deu a Moisés, dedicado exclusivamente à
consagração do tabernáculo, seus utensílios, e os sacerdotes. Se alguém
compusesse óleo igual, ou dele pusesse em quem não fosse sacerdote,
deveria ser eliminado do povo. Este cuidado todo era importante porque o
óleo sagrado, feito das mais excelentes especiarias, representava o
Espírito Santo. O sumo sacerdote simbolizava o Messias, o Senhor Jesus,
chamado o Ungido de Deus (Atos 10:38), sobre quem o Espírito Santo desceu
em seu batismo; Deus também unge todos os crentes em Cristo, seus novos
sacerdotes, dando e selando-nos com o Espírito Santo quando da nossa
conversão (2 Coríntios 1:21,22). Ninguém mais pode receber o Espírito
Santo, de qualquer outra maneira (Atos 8:18-23). Notemos a ordem: primeiro
Arão foi vestido e ungido, depois seus filhos. Também era necessário que
Cristo viesse e completasse sua obra redentora antes que nós pudéssemos
ser vestidos com a salvação que dele procede, e o Espírito Santo que Ele
nos dá.
- Arão e seus filhos tinham que impor as mãos sobre a cabeça do novilho trazido por
Moisés, que depois devia ser imolado. Impor as mãos não transmitia
qualquer coisa mágica ou espiritual para o novilho, apenas indicava que
iria ser sacrificado pelo pecado deles. Depois de imolado, seu sangue,
derramado pelo pecado dos sacerdotes, era colocado nos chifres e na base
do altar. Todo sacrifício pelo pecado simboliza o único sacrifício
aceitável como tal por Deus: o do seu Filho, Jesus Cristo, que Ele nos
proveu. Seu sangue foi derramado ao pé da cruz, o Seu altar. Como o
sacrifício pelo pecado tinha que ser queimado com fogo fora do arraial,
também Jesus Cristo foi crucificado fora da cidade de Jerusalém.
- Queimar
o holocausto:
um dos dois carneiros trazidos por Moisés, também identificado com Arão e
os sacerdotes pela imposição das suas mãos, imolado, seu sangue era jogado
ao redor do altar, seu corpo partido e lavado, depois queimado. Isto era
aroma agradável, oferta queimada ao SENHOR. Cristo se entregou a si mesmo
por nós, como oferta em sacrifício a Deus em aroma suave (Efésios 5:2).
Mas nosso amor a Deus e ao nosso próximo vale mais que todos sacrifícios
de oferta queimada feitos debaixo da lei (Marcos 12:33), e nossas contribuições
para os que estão no serviço de Deus são como aroma suave, como sacrifício
aceitável e aprazível a Deus (Filipenses 4:18). Este carneiro, portanto,
fala-nos de nosso amor e comunhão com Deus, e com o Seus.
- Sacrificar
o segundo carneiro, também depois de identificado com Arão e os
sacerdotes. O seu sangue era depois colocado na ponta da orelha direita, e
o polegar das mãos e dos pés deles, sendo o restante jogado ao redor do
altar. Esta providência marcava a dedicação dos sacerdotes ao serviço de Deus.
Limpos, sem pecado, perfumados, gozando da comunhão de Deus, eles eram
agora induzidos ao Seu serviço. Ouvindo somente a voz de Deus, suas mãos
deveriam permanecer limpas, praticando a retidão, e seus pés deveriam
caminhar no reto caminho da justiça, sem desviar para a direita ou para a
esquerda, ou tropeçar e cair. Mediante o seu sangue, Cristo nos
justificou, nos santificou, e nos dedicou ao serviço de Deus. Como os
sacerdotes, devemos manter a consagração pelo sangue de Cristo do que
ouvimos, fazemos e do nosso caminhar.
- Santificar com sangue e óleo:
a) salpicar
o sangue sobre o altar, e o óleo da unção, sobre as vestes sacerdotais, símbolo
de santificação,
b) tomar a gordura e outras partes do carneiro, bem como um pão, um
bolo, e uma obreia (pão asmo achatado) e queimá-los depois de movê-los diante
do SENHOR.
c) tomar o
peito do carneiro, movê-lo de um lado para o outro como oferta movida diante do
Senhor, consagrá-lo junto com a coxa da porção que foi movida, depois cozê-los
no lugar santo. Eles teriam que ser comidos somente por Arão e seus filhos, bem
como os pães asmos trazidos por Moisés dentro do cesto.
Uma vez santificados pelo sangue, e pelo óleo,
os sacerdotes agora podiam exercer o sacerdócio diante de Deus, oferecendo-lhe
ofertas pacíficas, as ofertas movidas, e comer do sacrifício. Como eles, depois
de purificados pelo sangue de Cristo, e ungidos pelo Espírito Santo, também
podemos nos chegar diante de Deus, mediante Cristo, com nossas ofertas e
sacrifícios de adoração, louvor, nossos corpos, e o que possuimos. Comemos do
Pão de Deus, o Evangelho de Cristo, a Sua Palavra que nos foi dada pelo
Espírito Santo.
O processo de consagração deveria ser repetido
por sete dias, para completa purificação de Arão e seus filhos. O altar também
precisava ser purificado e ungido repetidamente por sete dias. Depois disto,
diariamente, eram feitos sacrifícios no altar de um cordeiro, pela manhã, e
outro ao por do sol. Assim se recordava ao povo, duas vezes ao dia, que sangue
inocente tinha que ser derramado pelos seus pecados. Esse sangue era figura de
Cristo, que verteu o seu próprio, do que devemos constantemente nos lembrar
(Hebreus 9:26).
Uma das coisas que distinguia o povo de Israel
dos outros povos era a presença da glória do SENHOR com ele, na forma de núvem.
Esta núvem lhes dava luz à noite, e indicava quando marchar ou parar. Nossa
núvem é o Espírito Santo de Deus, que nos dirige mediante a sua Palavra, e nos ilumina
o caminho quando as trevas nos cercam.
R David
Jones
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