sexta-feira, 21 de março de 2014

Subsídio para a lição 12 - A consagração dos Sacerdotes
Palavras chave: consagração, santificação e reconciliação
A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES E DO ALTAR
A consagração é um ato pelo qual pessoas ou objetos são separados e dedicados ao serviço e ao culto de Deus. O SENHOR deu instruções minuciosas sobre a maneira como os sacerdotes e o tabernáculo deveriam ser consagrados.
O SENHOR ordenou que a consagração de tudo fosse feita por Moisés. Também a consagração do crente não é feita por ele próprio, nem por outro homem seja ele quem for: é algo que Deus faz por ele, em conseqüência da obra completada por Cristo.
Qualquer "consagração" feita por homens, às vezes incluindo imposição de mãos e outros rituais, é apenas humana. A imposição de mãos na igreja primitiva (1 Timóteo 4:14, 2 Timóteo 1:6) indicava apenas solidariedade no trabalho de um irmão (1 Timóteo 5:22), não a sua consagração como servo de Deus, nem a transmissão de qualquer dom especial da parte de Deus.
Antes de consagrar Arão e seus filhos, Moisés deveria providenciar os animais e outras coisas necessárias para o ato. Deus já providenciou tudo para a nossa consagração, como veremos.
Em seguida, o cerimonial consistia no seguinte:
  1. Trazer Arão e seus filhos à porta do tabernáculo, onde Moisés tinha que lavá-los todos com água. Eles eram "batizados", pois o corpo todo era imerso na água. A lavagem cerimonial com água é típica da regeneração espiritual, a justificação por graça pelo Espírito Santo mediante Jesus Cristo, nosso Salvador (João 3:5, Tito 3:5-7), que é simbolizada pelo nosso batismo.
  2. Vestir os sacerdotes com as vestes feitas conforme as instruções detalhadas que o SENHOR lhe havia dado. Consagração não é prometer usar o que somos e o que temos no serviço de Deus, mas sim pôr de lado o que somos e o que temos neste mundo (as velhas roupas) e virmos a Ele despidos de tudo, com as mãos vazias, reconhecendo nossa fraqueza e incapacidade, para que Ele nos vista com um novo caráter e nos habilite a fazer as Suas boas obras (as novas vestes sacerdotais).
  3. Ungir Arão e seus filhos com o óleo da unção. Era um óleo muito perfumado, que deveria ser feito exatamente conforme uma receita que o SENHOR deu a Moisés, dedicado exclusivamente à consagração do tabernáculo, seus utensílios, e os sacerdotes. Se alguém compusesse óleo igual, ou dele pusesse em quem não fosse sacerdote, deveria ser eliminado do povo. Este cuidado todo era importante porque o óleo sagrado, feito das mais excelentes especiarias, representava o Espírito Santo. O sumo sacerdote simbolizava o Messias, o Senhor Jesus, chamado o Ungido de Deus (Atos 10:38), sobre quem o Espírito Santo desceu em seu batismo; Deus também unge todos os crentes em Cristo, seus novos sacerdotes, dando e selando-nos com o Espírito Santo quando da nossa conversão (2 Coríntios 1:21,22). Ninguém mais pode receber o Espírito Santo, de qualquer outra maneira (Atos 8:18-23). Notemos a ordem: primeiro Arão foi vestido e ungido, depois seus filhos. Também era necessário que Cristo viesse e completasse sua obra redentora antes que nós pudéssemos ser vestidos com a salvação que dele procede, e o Espírito Santo que Ele nos dá.
  4. Arão e seus filhos tinham que impor as mãos sobre a cabeça do novilho trazido por Moisés, que depois devia ser imolado. Impor as mãos não transmitia qualquer coisa mágica ou espiritual para o novilho, apenas indicava que iria ser sacrificado pelo pecado deles. Depois de imolado, seu sangue, derramado pelo pecado dos sacerdotes, era colocado nos chifres e na base do altar. Todo sacrifício pelo pecado simboliza o único sacrifício aceitável como tal por Deus: o do seu Filho, Jesus Cristo, que Ele nos proveu. Seu sangue foi derramado ao pé da cruz, o Seu altar. Como o sacrifício pelo pecado tinha que ser queimado com fogo fora do arraial, também Jesus Cristo foi crucificado fora da cidade de Jerusalém.
  5. Queimar o holocausto: um dos dois carneiros trazidos por Moisés, também identificado com Arão e os sacerdotes pela imposição das suas mãos, imolado, seu sangue era jogado ao redor do altar, seu corpo partido e lavado, depois queimado. Isto era aroma agradável, oferta queimada ao SENHOR. Cristo se entregou a si mesmo por nós, como oferta em sacrifício a Deus em aroma suave (Efésios 5:2). Mas nosso amor a Deus e ao nosso próximo vale mais que todos sacrifícios de oferta queimada feitos debaixo da lei (Marcos 12:33), e nossas contribuições para os que estão no serviço de Deus são como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus (Filipenses 4:18). Este carneiro, portanto, fala-nos de nosso amor e comunhão com Deus, e com o Seus.
  6. Sacrificar o segundo carneiro, também depois de identificado com Arão e os sacerdotes. O seu sangue era depois colocado na ponta da orelha direita, e o polegar das mãos e dos pés deles, sendo o restante jogado ao redor do altar. Esta providência marcava a dedicação dos sacerdotes ao serviço de Deus. Limpos, sem pecado, perfumados, gozando da comunhão de Deus, eles eram agora induzidos ao Seu serviço. Ouvindo somente a voz de Deus, suas mãos deveriam permanecer limpas, praticando a retidão, e seus pés deveriam caminhar no reto caminho da justiça, sem desviar para a direita ou para a esquerda, ou tropeçar e cair. Mediante o seu sangue, Cristo nos justificou, nos santificou, e nos dedicou ao serviço de Deus. Como os sacerdotes, devemos manter a consagração pelo sangue de Cristo do que ouvimos, fazemos e do nosso caminhar.
  7. Santificar com sangue e óleo:
a) salpicar o sangue sobre o altar, e o óleo da unção, sobre as vestes sacerdotais, símbolo de santificação,
b) tomar a gordura e outras partes do carneiro, bem como um pão, um bolo, e uma obreia (pão asmo achatado) e queimá-los depois de movê-los diante do SENHOR.
c) tomar o peito do carneiro, movê-lo de um lado para o outro como oferta movida diante do Senhor, consagrá-lo junto com a coxa da porção que foi movida, depois cozê-los no lugar santo. Eles teriam que ser comidos somente por Arão e seus filhos, bem como os pães asmos trazidos por Moisés dentro do cesto.
Uma vez santificados pelo sangue, e pelo óleo, os sacerdotes agora podiam exercer o sacerdócio diante de Deus, oferecendo-lhe ofertas pacíficas, as ofertas movidas, e comer do sacrifício. Como eles, depois de purificados pelo sangue de Cristo, e ungidos pelo Espírito Santo, também podemos nos chegar diante de Deus, mediante Cristo, com nossas ofertas e sacrifícios de adoração, louvor, nossos corpos, e o que possuimos. Comemos do Pão de Deus, o Evangelho de Cristo, a Sua Palavra que nos foi dada pelo Espírito Santo.
O processo de consagração deveria ser repetido por sete dias, para completa purificação de Arão e seus filhos. O altar também precisava ser purificado e ungido repetidamente por sete dias. Depois disto, diariamente, eram feitos sacrifícios no altar de um cordeiro, pela manhã, e outro ao por do sol. Assim se recordava ao povo, duas vezes ao dia, que sangue inocente tinha que ser derramado pelos seus pecados. Esse sangue era figura de Cristo, que verteu o seu próprio, do que devemos constantemente nos lembrar (Hebreus 9:26).
Uma das coisas que distinguia o povo de Israel dos outros povos era a presença da glória do SENHOR com ele, na forma de núvem. Esta núvem lhes dava luz à noite, e indicava quando marchar ou parar. Nossa núvem é o Espírito Santo de Deus, que nos dirige mediante a sua Palavra, e nos ilumina o caminho quando as trevas nos cercam.
 R David Jones


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